Nasci e fui batizado como sendo do sexo masculino, e possuo fisicamente todas as características de um homem... Então porque me sentir mulher?
Engana-se aquele que pensa que ser macho significa coçar saco e cuspir no chão, falar grosso ou com palavrões e desafiar a força de um rival por ser dono de coragem. Ser macho significa ser homem primeiro do que tudo e honrar o sentido desta palavra pelo caráter e não pela aparência. Sem isso será apenas machista.
Nunca entendi quando me alcançou a puberdade o forte desejo e curiosidade sobre meu semelhante, digo o masculino, atraindo-me nele a beleza da aparência ou da cor da pele. Depois de estudar meus sentimentos descobri que essa atração persistia além invadindo os seus segredos e não devia ser jamais negada porque fazia parte do meu ser, homem como todo homem, mas atraído pelo do próprio sexo sem a ele desejar se entregar ou por ele ser possuído sexualmente. Seria isto um vouyerismo?
Na ânsia de satisfazer minhas perguntas me entreguei de corpo ao desejo e de alma à curiosidade e não rejeitei fazer sexo com tudo que me desse tal prazer, ignorando as proibições ditadas pelas regras sociais porque antes dela existia meu desejo. Fui amante perfeito para as mulheres sem fingir tesão porque a senti, fui amante controverso para os homens porque deles somente tirei o que podiam me elucidar, sem importar aí passividade no ato sexual ou atividade, valendo o prazer que o outro me oferecia. Sempre a procura de até aonde ia minha satisfação, perdi-me na masturbação crônica, vali-me de auxiliares sem ferir meu corpo, objetos de meu desejo de satisfação honorária que tanto podia ser vegetal como fabricado, ou seja, comi bananeira, melão e melancia, iludindo a mente no contato de estar usando parceiro humano. Até com animal eu tentei, mas parou-me sem usar a piedade de estar tentando um ser indefeso ou incapaz de sentir como nós, a famosa trepada com galinhas, cabras, porcas e éguas que muito homem usa em taras ou desejos.
Nunca senti desejos pedófilos e enojo-me de quem os sinta, nunca fui dado a taras ou sado masoquismo e a prática disto vi acontecer sem com elas me excitar. No amadurecimento do corpo em meio a minha pesquisa descobri que todo homem guarda em suas fantasias sexuais segredos que não conta ou se conta mente acerca do objeto, acreditando existir bem poucos que possam nesta coisa de desejo sexual ser de fato um celibatário ou realmente hetero. Assim é também com as mulheres, o que me provou ao longo da vida que somos, em sexo, apenas animais e vai depender uma ação ou permissão, da força do desejo sentido e da conversa ao pé do ouvido.
Do homossexualismo entendi a irregularidade dos hormônios, o que faz então dos mais assumidos o ser que é, e dos nem tanto, os chamados enrustidos ou mal resolvidos e neste campo, mesmo no procedimento liberal jamais me julguei sendo um. Falo como homem, tenho corpo de homem, uso todo o meu prazer sexual através de meu pênis e aí não importa a situação se estamos por cima ou por baixo, se possuímos ou somos possuídos porque mesmo sendo passivo ma cama, a próstata é o foco de nosso tesão que se reflete no membro e no cérebro, ou não se explica em certos homens ditos machos e comprovados machos, o gosto pelo chamado “fio terra” (dedo no anus). O que sou então se jamais me senti fêmea ao transar com outro homem se do que nasci e tenho forma, eu sou?
Em suma, sou liberado ao sexo seja ele de que forma for ou me é apresentado, mas não ou sou no amor onde somente mulheres me interessa, jamais acreditando neste sentimento entre dois homens sem ligação familiar, deixando isso para o nome amizade. Em todas as minhas relações sexuais somente consegui ser romântico, sincero e conquistador com mulheres, embora com homens possa ser sedutor e convincente. Eu diria mais sentir pelo homem um vouyerismo (quere vê-lo em ação sexual) do que sentir prazer em a ele me entregar.
Uma boa consideração do que fui e ainda sou mesmo esmaecido dos desejos sexuais pela idade e envelhecimento do corpo exprime-se na declaração da figura no topo do texto.
De todo o que fui e o que sou, acho que sou alguém que nem Freud explica.
Enviado por P. L. Junqueira - Cintra - Portugal